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Living Labs and Open Innovation

25 de Março de 2010

(Texto em Português depois deste)

 

Living Open Innovation

Living Lab” is about experimentation and co-creation with real users in real-life settings.

In these environments users together with researchers, companies and institutions seek new solutions to meet another set of needs, through new products, services or business models.

A practical implementation of “Living Lab” can and should be established as an environmental project in Open Innovation, with thematic communities in Open Innovation and with a process to put the work and management of facilities infrastructure of the Living Lab in an environment that generates innovative projects.

These  infrastructure facilities can be:

Aid to the patenting

Facilitating communication

Interaction with participants and constituents through the use of Web 2.0

The Living Labs address the involvement of civil society on the promotion of innovation on the basis of society, involving universities, SMEs, public institutions and large companies in a process of open innovation, and because it happens in real environments, it has an immediate impact.

The Living Labs look for gaps and as ecosystems that are flexible can provide a substantial demand for innovation by engaging by interactions a range of actors in which the driver of the process is the user.

The Living Lab concept plays a crucial role in keeping users continuously involved, so that their expectations are monitored and can help develop better products and services.

One of the cases that can be inserted in this approach is the creation of a new (2009) Living Lab European network focused on open innovation in the field of lighting, with emphasis on energy efficiency. The creators of this Living Lab are the Portuguese city of Aveiro, the University of Aveiro and several companies.

User participation is one of the most important sources of innovative ideas.

These ideas are enshrined not only in documents of the European community and in other documents which I leave here an example.

“As the adoption (or integration) of the living labs approach has important implications, for its implementation into existing regional instruments of innovation it should be taken into account the specific situation in particular regions. Implementing the living lab concept into the existing instruments and policies requires the collaboration among key stakeholders at the regional level and cities, such as public administrations, regional and city development agencies, research institutes and companies as well as the cities end-users and also co -creators of innovations. Such collaboration could very well be agreed in a public-private partnership program for regional innovation. Such a structure would already avoid the fragmentation of projects and difficulties to pass the phases of applications development and prototyping, often found in current innovation programs. The region-wide collaboration and coordination would at least establish the conditions for systematic networking and exchange, reuse and sharing of knowledge and technologies, and scaling up and roll out. “- LIVING LABS AND OPEN INNOVATION POLICY IN REGIONS FOR THE BENEFIT OF SMES

Tell me your experiences or cases that you meet on Open Innovation! Thank you!

 

Viver a Inovação Aberta

Living Lab” trata de experimentação e de co-criação com utilizadores reais em ambientes da vida real.

Nestes ambientes os utilizadores juntamente com investigadores, empresas e instituições procuram em conjunto novas soluções para satisfazer outro conjunto de necessidades, através de novos produtos, serviços ou modelos de negócio.

Uma implementação prática de “Living Lab” pode e deve ser estabelecida como um projecto de ambiente em Inovação aberta, com comunidades temáticas em Inovação aberta e num processo para colocar o trabalho e a gestão das facilidades de infra-estruturas dos Living Lab num ambiente que gere projectos inovadores.

Essas facilidades existentes nas infra-estruturas podem ser:

Ajudas para o registo de patentes

Facilitação da comunicação

Interacção com os participantes ou constituintes através do uso de Web 2.0

Os Living Labs abordam o envolvimento da sociedade, sobre a promoção da inovação numa base da sociedade, envolvendo universidades, PME, instituições públicas e grandes empresas num processo de inovação aberta, e porque acontece em ambientes reais, tem um impacto imediato.

Os Living Labs procuram colmatar lacunas e como ecossistemas flexíveis que são, podem fornecer uma procura substancial de inovação por envolver de forma interactiva uma série de actores em que o condutor do processo é o utilizador.

O conceito de Living Lab desempenha um papel crucial em manter os utilizadores continuamente envolvidos, para que as suas expectativas sejam acompanhadas e possam participar na construção melhores produtos e serviços.

Um dos casos que pode ser inserido nesta abordagem é a criação de um novo (2009) Living Lab da rede europeia focado na inovação aberta no campo da iluminação, com destaque para a eficiência energética. Os criadores deste Living Lab português são o município de Águeda, a Universidade de Aveiro e várias empresas.

A participação dos utilizadores é uma das mais importantes fontes de ideias inovadoras.

Estas ideias estão consagradas não só em documentação da comunidade europeia, como noutros documentos dos quais deixo aqui exemplo.

“As the adoption (or integration) of a living labs approach has important implications, for its implementation into existing regional instruments of innovation it should be taken into account the specific situation in particular regions. Implementing the living lab concept into the existing instruments and policies requires the collaboration among key stakeholders at the regional and cities level, such as public administrations, regional and city development agencies, research institutes and companies as well as cities as end-users and also co-creators of innovations. Such collaboration could very well be agreed in a public-private partnership programme for regional innovation. Such a structure would avoid already the fragmentation of projects and difficulties to pass the phases of applications development and prototyping, often found in current innovation programmes. The region-wide collaboration and coordination would at least establish the conditions for systematic networking and exchange, reuse and sharing of knowledge and technologies, and scaling up and roll out.” – LIVING LABS AND OPEN INNOVATION POLICY IN REGIONS FOR THE BENEFIT OF SMES  

Conte-me as suas experiências ou casos que conheça em Inovação Aberta! Obrigado!

Inovação a pensar em idosos!

23 de Fevereiro de 2010

Inovação para pessoas mais velhas!

 

Temos assistido a grandes revoluções tecnológicas dirigidas à população activa, mas as franjas das populações idosas são cada vez maiores.

Os idosos representam hoje o resultado de muita investigação e inovação na área da saúde e bem-estar e por isso, recai sobre a inovação a continuidade de um projecto. Revolucionar a revolução e criar condições de bem-estar e segurança para os idosos.

Este manifesto leva à reflexão sobre a direcção ou inclusão nas direcções da inovação, de uma camada da população que apresenta novas necessidades. Centremo-nos neles.

O nosso foco deverá agora incidir na filosofia da simplicidade, usabilidade, utilidade e entretenimento.

Há que manter a estabilidade emocional dos “novos consumidores”, que têm uma idade avançada e, portanto, não apresentam características motoras e mentais semelhantes à população activa.

Para isso a base de trabalho deve ser inovar adaptando, simplificando e clarificando o uso.

Esta atitude permite não só uma significativa redução de custos nos produtos ou serviços como, não altera comportamentos desejáveis que permitem harmonia nos aglomerados populacionais.

Esta é também uma atitude socialmente responsável.

Inovação tecnológica associada a inovação de processos e procedimentos pode permitir às populações idosas e não activas a conciliação desejável com as gerações mais novas.

 

O artigo abaixo transcrito (British Medical Journal), tem cerca de 10 anos de existência. É bom relembrar!

“A evolução da tecnologia também será importante. Tecnologia de assistência é um termo abrangente para qualquer finalidade projectada, dispositivo ou sistema que permite às pessoas, executar uma tarefa que de outra forma seria incapaz de fazer. Dispositivos deste tipo são importantes, como ajudas para a mobilidade, e outras actividades da vida diária, permitindo que os idosos permaneçam mais tempo em suas próprias casas. É cada vez mais possível estender o controlo do ambiente doméstico, para além da televisão familiar, do controlo remoto para ajustar o aquecimento, abertura de cortinas, ligar pontos de energia, abertura e travamento de portas, bem como fornecer acompanhamento externo aceitável. Adaptar o dispositivo de paginação padrão para alertar as pessoas com falta de memória é outra possibilidade atraente, um exemplo da maneira em que os avanços em micro electrónica e miniaturização dos bens de consumo em geral, deve render benefícios para tecnologia de assistência. Mas os mercados de tecnologias de apoio tendem a ser pequenos e fragmentados, levando a preços elevados e design subdesenvolvidos.

O maior impacto da tecnologia, sobre a idade associada à deficiência pode vir em vez do projecto, inclusive, uma abordagem que visa alargar a usabilidade através de um design ponderado com base em um entendimento abrangente das capacidades de toda a população, incluindo os idosos. Por exemplo, o último táxi de Londres é reivindicado como sendo, no mundo, o mais acessível, o design é baseado em pesquisas e consultas com os grupos de deficiência, para melhorar o acesso para todos, incluindo cadeiras de rodas. Para a habitação, a abordagem inclusiva de design aponta para casas “vida”, concebidas no início, para serem passíveis de adaptação, para atender às necessidades futuras, por exemplo, ter espaço para utilização de cadeiras de rodas, a ausência de medidas do piso térreo, um lavabo em baixo e acessível e espaço para uma cadeira no futuro.”

A orientação estava dada. Falta o quê? Vontade? Estão a chamar por pensar design!

Comente! Já pensou daqui a uns anos?

Dicas para a convergência pensar design/negócios

8 de Fevereiro de 2010

A caminho da convergência em pensamento design

O artigo abaixo referenciado, apresenta uma experiência significativa da necessidade de convergência entre os designers e não designers no âmbito de pensar design.

 “Primeiro, nós perguntamos aos nossos designers que tipo de feedback é mais útil quando recebem críticas. Nós aprendemos que os nossos designers preferem apresentações ao vivo com feedback instantâneo quando o projecto está, pelo menos 75%, concluído e que o bom feedback é aquele que é bem composto e corresponde aos objectivos do projecto. O que os nossos designers não gostam é de generalizações, preferências pessoais e listas de reparações de lavandaria.

Do outro lado, também queríamos ouvir um pouco, sobre o que o resto dos nossos estimados colegas, esperavam das críticas do projecto. Soubemos que eles gostam de ouvir mais sobre os objectivos de nível alto, as razões por trás das decisões, a inspiração geral, e considerações sobre o tempo, a tecnologia e o orçamento. Também aprendemos que houve sentimentos que, como um todo, os nossos designers poderiam melhorar, sendo mais originais e visualmente menos complexos e mais leves, mais rápidos e mais flexíveis são qualidades desejáveis.” – Viget Inspire

Pensar design não é um exclusivo de dos designers, é global. É dos designers quando assumem essa forma e quando tentam convergir para as pessoas. Há necessidade de uma aprendizagem de ambos os lados, designers e negócios. Daí a preocupação existente, nas escolas, para o desenvolvimento de competências, detectadas como fracas ou muito fracas. Essas competências referem-se a capacidades de interacção em equipas interdisciplinares e com consumidores ou pessoas de negócios.

Segundo Roger Martin, “as competências do design e as competências dos negócios tendem a convergir”. Para haver sucesso no futuro, as pessoas de negócios tem de ficar mais parecidos com designers, têm de melhorar a sua capacidade de visão do todo.

Como pessoas de decisões, os gestores e líderes de negócios devem deixar o seu foco na eficiência e passar e passar a focar o consumidor, no fundo as pessoas.

Pensar design é uma maneira de, pensar em fazer algo numa dimensão que representa uma nova experiência de aprendizagem para todos, não só para as escolas mas sobretudo para as pessoas de negócios.

Para Garr Reynolds existem quatro formas através das quais os gestores podem aprender com designers:

Abraçar as restrições. Os designers trabalham com restrições (tempo, orçamento, localização, materiais). Identificar suas limitações e não criam a solução perfeita, mas a melhor solução, dadas as restrições.

Assumir um risco. Os designers estão confortáveis com a noção de que pode estar errado, mas experimentam e tentam novas abordagens.

Perguntam tudo. Os designers fazem inúmeras perguntas que podem levar à questão de direito – o que levará à resposta correcta.

Não é uma questão de ferramentas, é sobre ideias. Os designers de diversas áreas passam muito tempo longe de ferramentas do tipo “nova tecnologia”, usando papel e lápis para esboçar as suas ideias.

Eu penso que pode haver convergência! O que é que acha?

Open Innovation vs Design Thinking

3 de Fevereiro de 2010

Design, como modelo de negócio, é um processo de inovação!

É também, uma forma de encontrar o problema, de o estruturar e de o resolver.

Ao falarmos de pensar design, estamos a falar de aprender ao fazer, onde o falhar cedo é bom e onde no início do processo não há julgamentos. Centrado nas pessoas, pensar design, trabalha com a ambiguidade e olha para os utilizadores externos.

Roger Martin, diz que, pensar design, é uma abordagem, para projectar produtos e serviços, que leva em conta não apenas as necessidades dos consumidores, mas também as suas infra-estruturas sociais e culturais.

Estas estruturas sociais e culturais são sistemas complexos, isto é, são compostos por vários elementos (pessoas), diferentes entre si, mas interligados. As estruturas sociais apresentam-se, ou são vistas como um todo, não sobressaindo os aspectos particulares.

Isto é importante, porque um sistema deve ser tratado como tal, procurando as propriedades emergentes, que podem não ser estáticas e portanto, possuírem a capacidade de mudar e aprender com a experiência.

Um sistema de saúde é, um exemplo claro de complexidade, onde a capacidade de mudança é notório, nomeadamente quando assistimos a situações catastróficas. É também notória a capacidade de aprendizagem e de adaptação a novas situações, por isso são tratados como sistemas complexos e adaptativos, que incorporam uma dinâmica interdisciplinar.

As equipas interdisciplinares na área da saúde, têm produzido bons exemplos não só do processo, pensar design, como também da co-criação de soluções.

“Inovação aberta “, isto é, “ a utilização das entradas e saídas de propósitos de conhecimento para acelerar a inovação interna, e ampliar os mercados, para o uso externo das inovações, respectivamente. [Este paradigma] pressupõe que as empresas podem e devem usar ideias externas, assim como ideias internas, e caminhos internos e externos para o mercado, como olham para o avanço da sua tecnologia. ” – Henry Chesbrough

Na forma de conceito e memo no fazer, há pontos comuns entre o processo de pensar design e inovação aberta. Há uma cultura de partilha que se rentabiliza ao máximo com equipas interdisciplinares.

“Sessenta e três por cento dos executivos, no nosso exame reconheceram que a inovação aberta é uma alternativa económica para o desenvolvimento tradicional. Cerca de metade também concordaram que a inovação aberta pode combater a escassez de ideias em casa.” Accenture

É no espaço de desenvolvimento do conceito, no pensar design, encontrar necessidades, no brainstorming ou prototipagem, que mais se acentua a co-criação. Os resultados serão tanto melhores quanto maior a diversidade de disciplinas, que constituem as equipas interdisciplinares.

A interdisciplinaridade e a co-criação são hoje uma realidade, que se evidencia na Web 2.0. A troca de experiências e de conhecimentos é facilitada a uma velocidade enorme e as distâncias já há muito deixaram de fazer sentido. Se há resistência à mudança, é sinal de conforto e de falta de abertura, e é aí que é preciso também “fazer o desenho”

Como diz Roger Martin, apoiar e reforçar a produtividade com instrumentos baseados na Internet é um desafio e uma oportunidade (como é Enterprise 2.0, gestão do conhecimento 2.0, etc.) Combinar o pensamento de design e abordagens de gestão da complexidade (com base nos princípios de conectividade, adaptabilidade e emergência), é a base teórica do meu trabalho de consultoria.

“Os melhores produtos do mundo, não podem ter sucesso, se os clientes estão confusos com eles. Conceber produtos que são mais simples de entender e usar, faz parte da resposta.” – Accenture

O Senhor T – Pensar design

29 de Janeiro de 2010

Competências de um pensador design

“Para operar dentro de um ambiente interdisciplinar, o indivíduo precisa de reunir forças em duas dimensões:

A “pessoa em forma de T”.

No eixo vertical, cada membro da equipa deve possuir uma profundidade de competências, que permitam, que ele ou ela, dêem contribuições concretas para o resultado.

A parte superior do “T” é onde o pensador design é feito. Trata-se de empatia com as pessoas e com as disciplinas, para além de ele próprio.

Isso tende a ser expresso como a abertura, a curiosidade, o optimismo, uma tendência para o aprender fazendo, e da experimentação.” http://www.ssireview.org/

 

A competência criatividade, é um conjunto de ferramentas e métodos para entender a incerteza, propor novas opções e rapidamente fazer as escolhas acertadas.

Alguns pensadores dizem (Sergei Dovgodko), que nas organizações é tarde de mais para aprender e desenvolver a criatividade. Eu não penso assim. A criatividade não escolhe, nem hora nem idade!

Estando apetrechado com, capacidade de integração, de projecção e de exploração, juntamente com habilidade no pensamento crítico, é possível começar a desenhar o perfil do pensador design. O grande T!

O Senhor T é um abdutor por natureza. Ele é capaz de visualizar o que poderia ser algo, num futuro desejado, e construir um caminho para a sua realização.

O Senhor T procura novas possibilidades emergentes e como oportunista que é, agarra-as.

O Senhor T usa um pensamento dialéctico, e vê os conflitos como desafios. Reconhece as limitações de hoje e as incertezas do futuro, e visualiza as possibilidades.

Segundo De Bono, em “Novo Pensamento do Milénio” Design é muito mais do que síntese clássica, onde, tese e antítese, se combinam.

Acima de tudo trata-se de pensar. É preciso aprender a pensar. Já não importa o que é, mas o que poderá ser! Precisamos de mais pensar.

Desenvolver pensamento com base nas percepções, principalmente visuais, e aplicar mais tecnologia para produzir valor.

O pensar design pode tornar-se na ferramenta privilegiada dos profissionais de saúde, por exemplo. O texto abaixo, mostra a necessidade.

É preciso pensar design.  

“Trabalhando juntos como uma equipa, os profissionais devem equilibrar as responsabilidades, valores, conhecimentos, habilidades e até mesmo, as metas de assistência ao paciente, contra o seu papel como um membro da equipa na decisão compartilhada. Porque muitos médicos, em particular, estão acostumados a um ambiente de prática, na qual as decisões são “feitas” pelo médico, e “realizadas” por outros profissionais, é difícil, por vezes, que os médicos se ajustem a uma abordagem de equipa, em que a opinião da maioria , prevalece sobre a opinião de especialistas, a unanimidade ou consenso pode ser mais adequado do que, o processo de decisão  autocrático. Além disso, os médicos que mantêm um conceito hierárquico de atendimento médico, poderão enfrentar sérios problemas, quando surgem desentendimentos com outros médicos de “igual” estatuto na equipe médica. Os conflitos interdisciplinares são vistos em todas as áreas da medicina, mas o ambiente da sala de operações, é particularmente rico em exemplos, em que o cuidado do paciente envolve a cooperação interdisciplinar, o conflito e o compromisso.” – ETICA EM MEDICINA –University of Washington School of Medicine

“…Concordo com a natureza essencial de satisfazer necessidades, mas eu poderia expandir a ideia de assumir a responsabilidade para além de funcionários, para incluir a comunidade em que o negócio é praticado, o que para as maiores empresas  inclui a maior parte do planeta”. Design Thinking – pensamentos por Tim Brown 

Analogia a caminho da Inovação

17 de Janeiro de 2010

Puxar e empurrar a analogia, a caminho da Inovação

Herstatt refere a utilização de uma analogia, pelo arquitecto Michael Pearce, para criar um edifico de escritórios na África do Sul, cujo principal desafio era verões quentes e invernos frios.

Estava definido o problema. A solução encontrada para a estrutura, foi a analogia com os ninhos de térmitas.

“Mas Ford não inventou o automóvel, Edison não inventou a lâmpada, e os irmãos Wright, não inventaram o avião. A história simplista retira todas as outras pessoas, com quem eles trabalharam, tanto antes como depois, e sua contribuição fundamental para o processo de inovação.” – Hargadon

Numa equipa interdisciplinar é possível criar combinações, de peças de conhecimento, ainda não exploradas, que originam soluções inovadoras.

A analogia permite aplicar conhecimento existente a um novo contexto.

Segundo Herstatt, as analogias podem diferenciadas com a distância que se verifica, entre a fonte e o alvo de transferência:

Analogia próxima do produto (fonte e alvo na mesma categoria do produto), longe do produto (fonte e alvo pertencem a diferentes categorias de produto) e analogia a um não produto.

Depois de reunir diferentes analogias, estas são avaliadas quanto à sua aplicabilidade, e as soluções são transferidas para o problema que temos em mãos.

O factor experiência, conhecimento adquirido, tem um papel crucial na transferência de analogias. Quando o objectivo é alavancar a inovação, o foco das analogias centra-se na transferência de analogias a longa distância, cuja profundidade depende da criatividade e imaginação dos intervenientes no processo em causa.

 “ A nossa acção, numa abordagem baseada em investigação, mostra que a procura para e uso de analogias pode ser activamente e sistematicamente organizada. Isto levou a soluções inovadoras e com sucesso em todos os projectos que acompanhamos. Uma base de conhecimento diverso facilita a recuperação de conhecimento fora do campo do problema alvo. O conhecimento que está já na posse dos designers de produto antes do projecto de inovação parece ser de importância crítica. A heterogeneidade educacional apenas tem impacto na utilização de analogias não produto” Hersttat

Se Herstatt manifestou regozijo pelos resultados, já Gick e Holyoak num trabalho sobre, o processo analógico na resolução de problemas encontraram contrariedades para verificar os resultados esperados.

“ O modelo hidráulico do sistema de circulação de sangue e o modelo planetário da estrutura atómica, representam teorias científicas baseadas em analogias.”

A metodologia consistia em, a partir de uma história de casos análogos, procura-se descrever os problemas e as soluções, (estado inicial e estado objectivo) e observa-se como a analogia é usada em situações subsequentes.

– A história deve ser mapeada sobre a história do problema para identificar similaridades nos dois sistemas.

– Deve ser usado o mapa para gerar soluções. Isto pode ser feito, construindo uma serie de propostas solução, para o problema alvo que correspondam, às propostas de solução da história.

Os resultados não foram muito satisfatórios e algumas objecções podem ser levantadas no processo:

 – Pode não haver pertinência dos relatos espontâneos com o problema alvo.

 – Não estar clara a relevância da história para o problema alvo.

 – Dificuldade de acesso à memória. Como é que potenciais analogias podem aceder à memória?

“O processo de mapeamento envolvido no uso de analogias pode desempenhar um papel numa diversidade de competências cognitivas. Usar uma analogia envolve o mapeamento de duas ou mais instâncias com outra. Processo similar pode também estar envolvido ao abstrair a estrutura relacional comum a um conjunto de instâncias particulares.

Mary L. Gick and Keith J. Holyoak

“Apesar de o raciocínio analógico ser um método poderoso para a geração de ideias inovadoras, ele é perigosamente vulnerável a falhas de ignição quando as analogias são construídas em semelhanças superficiais.” Gavetti e Rivkin – HBR

As analogias em Inovação

13 de Janeiro de 2010

Analogia até no digital

 

Circulam rumores de que a inovação vai salvar a economia.

A inovação para enfrentar tamanho desafio tem de encontrar um método consistente e sustentável para produzir fluxos de ideias novas.

Novas ideias são, muitas vezes, antigas ideias embrulhadas em papel colorido. As antigas ideias são “recicladas” com equipamentos novos por um processo chamado de analogia.

Analogia é a capacidade de encontrar semelhanças em duas diferentes áreas do conhecimento que não parecem semelhantes na superfície.

Ou dito de outra forma a “transferência de um conhecimento prévio sobre uma situação familiar, chamada fonte, para uma situação que deve ser elucidada, chamada alvo.”  (Novick 1988)

As pessoas resolvem, os problemas todos os dias, usando analogias, com base em associações formadas ao longo do tempo. Este conjunto de normas de associação é também uma fonte de erro do indivíduo.

Estes padrões de associação dão às pessoas a capacidade de resolver problemas rapidamente, mas também limitam o espaço de busca da solução.

As associações padrão são úteis e prejudiciais.

A analogia é uma ferramenta eficaz para a comunicação de ideias e de novos produtos. Usar a analogia quando se fala de inovação é um factor-chave no desenvolvimento de uma ideia para passar as barreiras mentais dos decisores e executivos.

As ideias também deve sobreviver e prosperar, mesmo quando submetidas à linguagem e conteúdos variados de disciplinas como a engenharia, negócios ou design.

“As analogias, são omnipresentes na ciência, na teoria e na experimentação. Baseados num estudo etnográfico de um laboratório de pesquisa em engenharia neural, concentramo-nos num caso de inovação conceptual, onde o cruzamento de dois tipos de analogias levou a uma descoberta” – Nancy J. Nersessiana, e Sanjay Chandrasekharanb

Por exemplo, utilizando um aeroporto como uma analogia para um hospital, levou os administradores a agendar as descargas ao longo do dia, para melhorar o fluxo de pacientes. (Sue Kaiden),

A analogia proporciona tanto um foco claro como um processo de filtragem.

Mesmo num ambiente organizado, sempre que se juntam serviços, pessoas ou processos no desenvolvimento de um produto, é possível que os talentos de especialistas, proponham mudanças justificadas individualmente, mas que seriam erradas para a visão geral do produto.

A analogia é utilizada para tornar a inovação clara e específica.

É fácil ficar distraído ou mudar de foco quando um produto passa pelo processo de desenvolvimento. Quando se trata de um processo de inovação, o desenvolvimento da ideia, ganha mais clareza, mas também muda, e a mudança pode matar a ideia.

A analogia não é apenas um ponto focal da definição de uma ideia, a analogia também orienta, alinha e põe em evidência o produto.

O caminho do sucesso é feito com clareza e com o uso da analogia é mais provável que uma ideia seja solidificada na forma como foi originalmente concebida.

Descobrir o domínio certo e o sítio certo para uma analogia não é fácil, para fazê-lo é necessária, muita energia.

O truque para usar uma analogia, é perceber que já existem coisas que sabemos sobre o que nos poderia ajudar a resolver um problema novo.

A abertura na inovação ao pensar design

11 de Janeiro de 2010

A tradição e pensar design

Na velha tradição os consumidores tinham uma atitude passiva. Hoje eles são activos.

Na velha gestão da inovação, usavam-se (e usam-se) ferramentas de teste. As ferramentas de co-criação são hoje, cada vez mais, utilizadas.

A inovação antigamente vivia em silos, hoje é aberta.

Os desafios sociais exigem soluções sistémicas que são fundamentais face às necessidades dos consumidores. Este é um papel assumido pelo pensar design.

Tradicionalmente, os designers concentraram sua atenção em melhorar a aparência e a funcionalidade dos produtos. O pensamento design incorpora a percepção do consumidor e uma forma rápida de prototipagem. Há um pensamento optimista na resolução de problemas.

Este tipo de abordagem, já permitiu resolver problemas de nível social agudo, como demonstra o trabalho de Jerry Sternin com a subnutrição no Vietname.

O factor humano não se limita apenas ao foco na criação de produtos ou serviços, ele estende-se ao processo em si.

Pensar design depende de nossa capacidade de ser intuitivo, de reconhecer padrões, para a construção de ideias que transportam um significado emocional, para além da funcionalidade.

O feedback do consumidor é fundamental para o resultado final.

Pensar design não significa apagar todas as formas e metodologias existentes, e injectar emocionalidade e inspiração. Pensar design é procurar o equilíbrio, através de uma abordagem integrada, evitando os perigos de uma gestão demasiado analítica.   

Ninguém quer correr uma organização no sentimento, intuição e inspiração, mas um excesso de dependência do racional e analítica pode ser tão arriscado. Design pensamento, a abordagem integrada no núcleo do processo de concepção, prevê uma terceira via.

Pensar design é como um sistema de sobreposição de espaços, em vez de uma sequência de passos lineares.

A inspiração, a ideação e a implementação mantêm-se sempre presentes.

“As melhores escolas de design contemporâneo são os mais importantes centros de produção de ideias, tendo ganho proeminência sobre os departamentos de I & D das empresas e de outros “think tanks”, por progressivamente colocarem o foco sobre a produção imediata de artefactos acabados, privilegiando a experimentação. Como resultado, eles costumam florescer onde alunos e professores podem encontrar a interdisciplinaridade e o pluralismo, em áreas com uma forte identidade cultural, seja nas artes, engenharia, arquitectura, tecnologia, artesanato, ou em qualquer outra disciplina a que os designers recorrem numa base diária e que têm ligações e acessos a outros pólos culturais, como os departamentos de universidades, museus, galerias, e assim por diante.” – Paola Antonelli –Seedmagazine.com

A abertura, a curiosidade, o optimismo, e uma tendência para o aprender fazendo, experimentação, são sinais de uma abordagem pensar design.

A velocidade tem vantagens!

5 de Janeiro de 2010

A velocidade e a criatividade

 

Num trabalho realizado pela equipa de Teresa Amabile refere-se que quando as pessoas acreditam que são mais criativas sob pressão dos prazos, eles não são. Parece ser verdade também que pouca pressão não favorece a criatividade.

A pressão do tempo parece realmente ter um impacto importante sobre a criatividade, apesar de à primeira vista parecer o contrário. No trabalho realizado os participantes observados deram provas de pensamento criativo pouco significativo quando pressionados com o tempo, mas manifestavam, no entanto, um sentimento mais criativo nessas alturas.

Parece ser algo contraditório! O sentido não corresponde ao realizado! A motivação é um dos factores que interage neste cenário.

Quando há pressão de tempo e pensamento criativo – Num projecto ou numa “missão” os colaboradores de uma organização estão focados e protegidas, têm um sentimento de estar a fazer um trabalho importante. Há motivação intrínseca.

Quando há pressão de tempo e não há pensamento criativo – Os colaboradores não tem foco, andam distraídos, estão ocupados em pedaços de actividades e passam o tempo em reuniões à procura da “luz”. Há stress.

Baixa pressão do tempo e pensamento criativo – A colaboração centra-se numa pessoa, em vez de várias, beneficiado a exploração em detrimento da resolução de problemas. A motivação não está direccionada.

Baixa pressão sem pensamento criativo – Reduzido nível de trabalho colaborativo, mais reuniões com várias pessoas, pouco incentivo para a criatividade. Não há motivação. (adaptado de Heads-Up!)

As restrições de tempo podem ser reais ou o produto da nossa própria ambição e imaginação. Por vezes com a falta de dinheiro, num curto período de tempo, pode ajudar-nos a ser “o especial” super-criativo e produtivo. Amabile também refere que há indivíduos que tem uma boa performance sob pressão.

Uma das vantagens das restrições de tempo é que permitem evitar a armadilha de perfeccionismo. Suficientemente bom é melhor do que nada, mas não permite alcançar a excelência.

A velocidade pode ajustar-se em áreas que vão desde, software para conteúdos pagos, até à arte.

É uma abordagem do tipo “Preparar! Pronto? Disparar!”

“No mundo do software, desenvolvimento ágil é uma abordagem para engenharia de software que promova o desenvolvimento de todas interacções do ciclo de vida do projecto. Por outras palavras, o software é desenvolvido, divulgado e melhorado através de adaptação regular ao gabarito e às circunstâncias em mudança.” – SEO Copywrinting 2,0 – Coppyblogger

O grande benefício da velocidade é o facto de verificarmos o fracasso mais cedo. O fracasso é crucial para a inovação. Há menos tempo gasto com a ideia errada é há mais tempo para pôr o hemisfério cerebral direito a funcionar.

Acima de tudo a velocidade, ao provocar o fracasso, permite libertar lixo que produzimos e que de outra maneira seria guardado para complicar a gestão do conhecimento.

Guardar porque investimos muito tempo da nossa vida e temos pena de deitar fora, não poupa tempo no futuro, apenas atrasa o que tem pernas para andar.

Pensar design e conhecimento

4 de Janeiro de 2010

Tendências ou nem por isso?

 

Em 2004 um estudo do International Institute for Sustainable Development analisou algumas tendências que poderiam a influenciar a forma como as organizações se aproximavam da gestão do conhecimento.

Estas tendências eram:

  • Convergência.
  • Transição do armazenamento e recuperação de informações para a colaboração activa com o conhecimento do utilizador.
  • Mudança da ênfase do conhecimento para a influência.
  • Um novo foco sobre o capital social e redes sociais.
  • Fontes abertas/conteúdo aberto: enfrentar a democratização do conhecimento/ partilha.
  • A adopção de diferentes modalidades.
  • A gestão adaptativa

Em Janeiro de 2008 o “Environmental Leader” referia que os consumidores estão a começara fazer mudanças de longo prazo no seu estilo de vida, estabelecendo metas realistas e concretas, em vez de iniciativas esporádicas e de curta duração.

Há também um crescente interesse no ecoturismo, um renovado interesse pelo consumo de refeições com preparação e consumo mais lentos mas também um consumo experimental num esforço para viver “o momento”.

Os consumidores expressaram ainda um desejo crescente de eliminar qualquer coisa tóxica de suas vidas e estão a tentar controlar as coisas que estão dentro da sua esfera de influência.

Conhecimento?

 

Ainda no final de 2009 sobressaiam duas escolas de pensamento para abordar a criação de valor. Uma afirma que o caminho para a criação de valor reside em expulsar a prática antiga de instintos e substitui-lo com a estratégia baseada na análise rigorosa e quantitativa. A outra favorece a criatividade e a inovação. Para os defensores desta filosofia, o instinto criativo, que é independente do pensamento analítico, é apontada como a fonte da verdadeira inovação. No entanto segundo Roger Martin, “The Design of Business” as empresas de maior sucesso nos próximos anos serão aquelas que criarem o equilíbrio a mestria analítica e a originalidade intuitiva numa interacção dinâmica chamada “pensar design”.

Roger Martin descreve, no primeiro capítulo de livro referido, como abraçar os princípios de pensar design e ao adoptar o modelo do funil do conhecimento, cria avanços do conhecimento em inovação e eficácia.

Uma combinação que produz a longo prazo uma mais poderosa vantagem competitiva.

São ainda as tendências para a gestão do conhecimento referidas válidas em 2010?

O que fazer com a informação “tóxica” guardada nas gavetas ou na memória de um servidor?

É verdade que há uma mudança de atitudes nos consumidores? E quem são eles?

O pensar design é só uma moda ou resulta da satisfação de necessidades das organizações?